A carta enviada pelo presidente do Estados Unidos, Barack Obama, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no domingo, véspera da vista de Mahmoud Ahamadinejad ao País, teria pedido a ajuda de Lula acerca do programa nuclear iraniano, segundo afirma o jornal News York Times. Ao falar sobre o conteúdo da mensagem enviada, o assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, citou apenas a Rodada da Organização Mundial do Comércio (OMC), as propostas de combate às mudanças climáticas e a crise em Honduras.
Ao falar sobre a carta enviada pelo governo americano ao Brasil, nessa terça-feira, Garcia disse que o resultado das recentes políticas do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, foram "frustrantes". Durante a visita do líder iranianao, Lula expressou que o Irã tem direito de usar tecnologia nuclear para fins energéticos, "assim como o Brasil tem feito", diz a publicação.
De acordo com o jornal, Obama não criticou Lula por receber Ahmadinejad. Mas teria esperanças de que o presidente brasileiro pudesse aproveitar a ocasião para expressar seu apoio aos esforços da comunidade internacional em moldar um compromisso das ambições nucleares iranianas.
Obama teria dito que apóia a tentativa da Agência Atômica Internacional de direcionar o programa nuclear iraniano para fins pacíficos. A proposta pede que o país reprocesse a maior parte de seu urânio enriquecido, para fins médicos. O Irã teria rechaçado a ideia.
Obama e Lula teriam conversado sobre o programa iraniano durante a reunião do G20, realizada em abril. O líder americano teria pedido que Lula conversasse com Ahamadinejad sobre o tema nuclear, segundo disseram integrantes dos governos americano e brasileiro.
Segundo o NYT, as tensões entre os EUA e o Brasil teriam vindo à tona antes mesmo da visita de Ahmadinejad. Temas como a entrada de tropas americanas na Colômbia e a crise em Honduras teriam elevado as tensões.
A carta de Obama apoia a realização de novas eleições em Honduras, mesmo sem a restituição de Zelaya ao poder, segundo teria dito um integrante do governo brasileiro. Já o Brasil é contra a realização do pleito, em virtude da destituição de Zelaya que, de acordo com o NYT, foi rotulada como um golpe pelo Brasil e pela maior parte do mundo.
Um porta voz do governo brasileiro teria dito que Lula não respondeu a carta e estaria considerando realizar uma ligação telefônica.