A América Latina atrairá aproximadamente US$ 151 bilhões em fluxos de capital no próximo ano, acima dos cerca de US$ 100 bilhões deste ano, previu neste sábado o Instituto de Finanças Internacionais (IIF, em inglês).
A maior associação de banqueiros do mundo lembrou hoje que os fluxos de capital para a região totalizaram US$ 132,4 bilhões durante o ano passado.
Um relatório divulgado hoje pelo IIF em Istambul, dentro da Assembleia Anual conjunta do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, considera que na América Latina há "duas regiões".
A primeira região seria integrada pelos países com acesso ao crédito e do qual fariam parte Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru.
No segundo grupo, estariam países que mantêm relações tensas com a maioria de seus credores externos, como Argentina e Equador.
O IIF acrescentou que esse último grupo representa cerca de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) nominal da região, mas receberá apenas US$ 7,7 bilhões líquidos, ou cerca de 8% do total de fluxos em 2009.
A Argentina retomou as conversas recentemente sobre a dívida de US$ 6,7 bilhões que tem com o grupo de países credores do Clube de Paris, e que inclui, entre outros, França, Estados Unidos e Japão.
À espera dos resultados dessas conversas, o grupo de banqueiros insistiu em que "a moratória do Equador e a apropriação de alguns investimentos diretos estrangeiros por parte da Venezuela esfriaram ainda mais o clima de investimento, em um período difícil".
O IIF afirmou que, entre os países com acesso ao crédito, houve um aumento do crescimento, que coloca as bases para o desembarque de maiores fluxos de capital em 2010.
A associação lembrou, nesse sentido, que o Brasil é o líder dentro desse grupo de países, enquanto o México aparece em último lugar.
Segundo o IIF, a propícia evolução do Brasil fica evidente no valor do real e na recente qualificação de grau de investimento ao país concedida pela agência Moody''s.
"Os fluxos líquidos privados de capital vão a caminho de se fortalecer em 2010 e, além dessa data, à medida que o país importa capital para desenvolver seus campos petrolíferos mar adentro", ressalta o IIF.
Em linhas gerais, o instituto de finanças destacou que os fluxos de capital para as economias emergentes voltaram a aumentar no segundo trimestre de 2009, uma tendência que ganhou força no terceiro trimestre.
Apesar disso, espera-se que os países emergentes recebam só US$ 349 bilhões em 2009, uma quantia muito inferior aos US$ 649 bilhões de 2008. Espera-se que, em 2010, o número aumente para US$ 672 bilhões.