O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) afirmou, em defesa enviada à corregedoria do Senado, que o pedido de investigação para que ele explique por que emprestou seu gabinete para manifestantes pró-Battisti demonstra "falta de sensibilidade humana e de espírito público" por parte do chefe da Segurança da Casa.
Na véspera do julgamento da extradição de Cesare Battisti no Supremo Tribunal Federal (STF), o parlamentar permitiu que manifestantes passassem a noite em seu gabinete.
"Por uma questão de respeito à dignidade da pessoa humana, franqueei a utilização dos toaletes de meu gabinete àquelas pessoas, tendo em vista ser a dependência mais próxima da Praça (dos Três Poderes, onde faziam o protesto) que, como se sabe, não possui banheiros públicos", afirmou o senador.
Segundo ele, as pessoas não entraram na Casa sozinhas, mas acompanhadas dos senadores José Nery (Psol-PA) e João Pedro (PT-AM) e de seus chefes de gabinete. "Penso que teria sido próprio que os responsáveis pela segurança tivessem dialogado com as pessoas da vigília e, no caso de dúvida, deveriam ter telefonado para mim, pois, de pronto, informaria que as pessoas estavam por mim autorizadas", ressaltou Suplicy. Ele afirmou ainda que, no dia seguinte, quando chegou ao gabinete, tudo estava limpo e em ordem.
Cesare Battisti é acusado de quatro assassinatos na Itália. Ele está preso no Brasil aguardando decisão do STF quanto à extradição. Na semana passada, os ministros iniciaram o julgamento, mas um pedido de vistas adiou a discussão. Três ministros votaram pelo arquivamento do processo de extradição e quatro, pelo deferimento do pedido do governo italiano.
O escritor e ex-ativista político está preso preventivamente no Brasil desde março de 2007. Ele foi beneficiado com refúgio concedido pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, em 13 de janeiro deste ano.
