Os governadores de São Paulo, José Serra (PSDB), e de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), descartaram segunda-feira a possibilidade de formarem uma chapa tucana "puro sangue" para as eleições presidenciais em 2010. "Isso significaria dizer que o nosso sangue é melhor que o do DEM, ou de outro partido, o que não é verdade", disse Serra após inauguração de uma casa de representação do Estado de Minas em São Paulo. "Nosso sangue já é misturado."
Aécio também reiterou que sua posição é de que a chapa "puro sangue" não cabe para as pretensões do partido. "Eu acho que temos um quadro partidário extremamente plural no Brasil. É claro que as alianças entre partidos se irradiem e se reflitam também na composição de chapa", explicou.
Serra e Aécio, que disputam a indicação tucana para a candidatura presidencial, buscaram mostrar afinidades durante o evento e, assim, evitar disputas internas. O que, inclusive, passou pela diminuição do tom de Aécio em relação à necessidade da realização de prévias no partido. Antes defensor ferrenho das prévias, Aécio voltou a mostrar um discurso mais ameno em relação ao procedimento.
"No momento certo o PSDB vai chegar maduramente à sua decisão. Pode ser prévia, pode ser uma ampla consulta às bases do partido, ou qualquer outro instrumento. Nós vamos decidir qual é aquele que reflete melhor o sentimento do partido. E se a decisão do PSDB for em torno do governador José Serra, serei o primeiro a levantar a sua mão e me colocar à sua disposição para com ele percorrer o Brasil", disse Aécio. Serra emendou: "se for o Aécio, serei o primeiro a lhe levantar a mão".