Co-fundador do Netscape quer voltar à guerra de navegadores

 

Informática - 16/08/2009 - 15:28:53

 

Co-fundador do Netscape quer voltar à guerra de navegadores

The New York Times

 

Da Redação com agências

Foto(s): Divulgação / Arquivo

 

Passaram-se 15 anos desde que Marc Andreessen desenvolveu o navegador Netscape, responsável por introduzir milhões de pessoas à internet. Mas após seu sucesso inicial, a Netscape foi inteiramente derrotada pela Microsoft na chamada guerra de navegadores dos anos 1990, que dominou o primeiro capítulo da história da web.

Agora, Andreessen parece querer uma revanche. Hoje um financista eminente do Vale do Silício, ele está apoiando uma empresa iniciante chamada RockMelt, formada por alguns de seus parceiros próximos, e que está desenvolvendo um novo navegador da internet, segundo pessoas com conhecimento de seu investimento.

Temos dado apoio a uma equipe muito boa, Andreessen disse em entrevista no início do verão americano. Pouco depois, Andreessen pareceu ter se arrependido do comentário, dizendo que não estava pronto para falar de qualquer aspecto da empresa.

Mas Andreessen sugeriu que o novo navegador seria diferente, dizendo que a maioria dos navegadores não havia se mantido atualizada com a evolução da web, que passou de uma gama de páginas estáticas para uma rede de complexos websites e aplicativos. Existem várias coisas que você faria de modo diferente se estivesse construindo um navegador do zero, disse Andreessen.

A RockMelt foi cofundada por Eric Vishria e Tim Howes, ambos ex-executivos da Opsware, outra empresa que Andreessen cofundou e posteriormente vendeu para a Hewlett-Packard em 2007 por cerca de US$ 1,6 bilhão. Howes também trabalhou na Netscape com Andreessen.

Fora isso, pouco se sabe sobre a RockMelt e Vishria não estava disposto a falar sobre ela. Estamos nos primeiros estágios de desenvolvimento, Vishria disse. Falar sobre isso neste estágio não ajuda.

Depois de derrotar a Netscape, a Microsoft passou a controlar mais de 90% do mercado de navegadores. Assim, o interesse por navegadores entre as empresas de tecnologia diminuiu e a inovação foi interrompida. Mas nos últimos 18 meses, o navegador de internet se tornou novamente um campo de batalha, com gigantes como Google, Apple e Microsoft se enfrentando.

O interesse renovado por navegadores é parcialmente resultado do sucesso do Mozilla, que não tem fins lucrativos. O navegador Mozilla Firefox, mais rápido, seguro e inovador, foi introduzido em 2004, abocanhando 23% do mercado, com a participação da Microsoft caindo para 68%.

Mas a última batalha, também incitada por uma guinada gigante na computação, que está cada vez mais transformando a web, não o PC, no lugar onde pessoas interagem com aplicativos de software complexos. Gigantes da tecnologia agora encaram o navegador como um ponto de controle do que os usuários fazem online e desejam ter influência sobre seu desenvolvimento.

Nos últimos 18 meses, Microsoft e Apple introduziram versões extremamente melhoradas de seus navegadores, Internet Explorer e Safari. E o Google entrou na briga no último outono americano, ao lançar o navegador Chrome. No mês passado, o Google anunciou que construiria um sistema operacional, também chamado Chrome, cuja principal função seria servir de suporte a seu navegador.

Os dias de trabalho isolado em seu computador estão quase acabando, disse John Lilly, chefe-executivo do Mozilla. Pelo fato da web ter se tornado tão central para o que fazemos e o navegador ser a tecnologia que media nossa interação com a web, a maneira pela qual o navegador funciona é muito importante. Existe muito espaço para inovação.

O apoio de Andreessen certamente fará da RockMelt foco de atenção intensa. Por enquanto, a empresa está mantendo seus planos em segredo. No website da empresa, o nome corporativo possui um logotipo da Terra, com rachaduras expondo o que parece ser lava derretida vindo do centro do planeta. Uma política de privacidade do site, que foi removida após um repórter ter feito perguntas a Vishria, indica que o navegador tem a intenção de se juntar, de alguma forma, ao Facebook. Andreessen atua como um dos diretores do Facebook.

A política diz que uma pessoa poderia usar sua identidade no Facebook para acessar o RockMelt, sugerindo que o navegador poderá ser desenvolvido para mostrar atualizações e outros atributos do Facebook enquanto os usuários navegam pela web. Outro navegador, Flock, baseado no Firefox, já incorpora feeds de sites de redes sociais.

Mas a RockMelt não está atualmente trabalhando com o Facebook. "Não sabemos de nenhum detalhe sobre a RockMelt e seu produto", disse Brandee Barker, porta-voz do Facebook.

Em entrevista neste verão, Andreessen elogiou o Mozilla por ter criado um modelo econômico sustentável para navegadores. A organização tem um acordo com o Google que faz do mesmo a página inicial padrão do Firefox, além de direcionar os internautas ao Google quando eles digitam algo em sua caixa de pesquisa no topo do navegador. Em 2007, o Google pagou ao Mozilla cerca de US$ 75 milhões pelo acordo.

Os navegadores de hoje têm um ótimo modelo de negócio, Andreessen disse. Mas os especialistas dizem que o grande desafio de qualquer novo navegador é a distribuição. Apesar da promoção pesada do Chrome feita pelo Google, o navegador da empresa ganhou apenas 2% de participação do mercado.

Se há alguém que pode fazer isso hoje, imaginaríamos que o Google estaria em melhor posição, mas está claro que eles obtiveram apenas pequenos ganhos, disse David B. Yoffie, professor da Escola de Negócios de Harvard, e coautor de Competing on Internet Time: Lessons From Netscape and Its Battle With Microsoft (Competindo nos tempos da internet: lições da Netscape e sua batalha com a Microsoft). Yoffie disse que direcionar o navegador a usuários do Facebook pode ser uma boa estratégia.

Se você coonseguir fazer com que os milhares de usuários do Facebook acreditem que essa é uma maneira melhor de realizar o que eles fazem no Facebook, isso seria uma oportunidade a se tirar proveito, ele disse.

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