O empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado José Sarney (PMDB-AP), seria um operador atuante nos negócios políticos da família, segundo revela a edição desta quinta-feira do jornal Estado de S. Paulo.
Segundo o jornal, um dos alvos preferidos de Fernando seria o setor elétrico. Alguns dos seus interlocutores mais freqüentes seriam o diretor da Eletrobrás Astrogildo Quental e o assessor do ministro Edison Lobão, de Minas e Energia, Antonio Carlos Lima, o Pipoca.
Nas gravações, interceptadas pela Polícia Federal como parte da Operação Boi Barrica, Fernando aparece falando de transações financeiras com o irmão deputado Zequinha Sarney (PV-MA). Segundo o jornal, Fernando alerta Zequinha que o valor de um "negócio quente" seria de 900 mil reais. Com o irmão, Fernando também falava de pesquisas eleitorais e a cobertura dos veículos de mídia da família.
Segundo o Estado, Fernando atendia e efetuava uma média de 150 chamadas por dia em seu celular. Entre as chamadas, estão reuniões marcadas com Astrogildo Quental, diretor da Eletrobrás, e o ex-senador Maguito Vilela, então vice-presidente do Banco do Brasil. Ambos os cargos teriam sido por indicação de José Sarney. As reuniões envolveriam negociações para nomear pessoas para cargos. O jornal também afirma que Fernando seria uma "central" de solução de problemas, como questões judiciais que impediam uma instalação de usina termoelétrica nas imediações do Porto de Itaqui, no Maranhão.