O inquérito da Operação Boi Barrica, da Polícia Federal (PF), apontaria para a existência de tráfico de influência, dentro da Petrobras, praticado pelo ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau, para favorecer os negócios do grupo de Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
Rondeau, como Integrante do Conselho de Administração da Petrobras, teria atuado em diversos negócios envolvendo a estatal e empresas privadas. Após deixar o ministério, em maio de 2007, por suspeita de envolvimento com fraudes da empreiteira Gautama,ele se tornou "sócio oculto" da empresa RV2 Consultoria, sediada em Brasília, segundo a PF.
Um dos negócios supostamente intermediados por Rondeau, envolvia a Multiner e Petrobras na construção de duas usinas eólicas em Guamaré (RN), município onde a Petrobras tem cinco projetos para o setor. Em maio de 2008, a RV2 assinou um contrato de R$ 195 mil com a empresa Multiner, que atua na geração de energia. De acordo com a Folha, as obras ainda não saíram do papel.
A operação
Fernando Sarney foi indiciado no último dia 15, no âmbito da Operação Boi Barrica. Ele é suspeito de chefiar um grupo acusado de usar de influência política para direcionar licitações e desviar dinheiro público. A operação, que começou há dois anos, investiga transações financeiras ilegais, como prática de caixa dois às vésperas das eleições de 2006.
À época, a irmã de Fernando, Roseana Sarney, era candidata ao governo do Estado. Fernando Sarney é apontado como o "líder da quadrilha" e é alvo de cinco inquéritos abertos pela Polícia Federal. Outra filha dele, Ana Clara, é investigada, mas ainda não foi ouvida.
De acordo com o Estado, a operação foi rebatizada pela Polícia Federal de Operação Faktor depois de reclamações do conjunto folclórico maranhense que inspirou o nome da ação. O grupo de boi-bumbá Boizinho Barrica tem os Sarney como padrinhos.