A existência de atos secretos no Senado não seria fruto de "erro técnico", como afirmou o ex-diretor-geral da Casa Agaciel Maia. Segundo o chefe do serviço de publicação do boletim de pessoal do Senado, Franklin Albuquerque Paes Landim, o próprio Maia e ex-diretor de Recursos Humanos João Carlos Zoghbi davam as ordens para aguardar a publicação dos atos.
Landim disse que "nunca" recebeu ordens de senadores para não publicar atos.Todos os documentos que ele recebia apresentavam um carimbo de "publique-se". No entanto, os diretores logo o procuravam para determinar a data real de publicação.
As ordens, de acordo com Landim, seriam repassadas por telefone por Agaciel. Já Zoghbi pediria pessoalmente, segundo o chefe do serviço de publicação. Ele afirmou que os atos eram guardados em uma pasta e só publicados quando recebia nova orientação dos diretores.
O servidor disse ano ter medo de esconder a verdade. "Eu não temo nada" afirmou, segundo a Folha. Uma comissão criada em 28 de maio para apurar a existência dos atos secretos já teria contabilizado 623. O relatório deve ser apresentado na segunda-feira.
A comissão foi criada pelo primeiro-secretário Heráclito Fortes (DEM-PI). O Ministério Público Federal (MPF) investiga a publicação dos atos e avalia que os que não foram publicados na data correta têm de ser anulados.